Marinha avalia comprar navios usados à Marinha italiana; equipe liderada por contra-almirante irá inspecionar fragatas e caça-minas.
Marinha
avalia comprar navios usados à Marinha italiana; equipe liderada por
contra-almirante irá inspecionar fragatas e caça-minas.
Os três tipos de navio postos à venda
pelos italianos: a Maestrale (na foto acima, a “Zeffiro”), a Lupo (na foto abaixo “Bersagliere”) e a Lerici (na foto mais abaixo a “Crotone”)
O Comando da
Marinha designou o contra-almirante (EN) Ivan Taveira Martins para chefiar a
equipe que, em cerca de três semanas, viajará à base naval de La Spezia para
vistoriar as fragatas e navios caça-minas que a Marinha Militar Italiana está
disponibilizando para as forças navais de nações amigas.
A base fica no
Golfo de Spezia, Região da Liguria, e sedia a 1ª Divisão Naval da Armada local.
A oferta das
embarcações será feita durante um evento entre os dias 24 e 27 de maio que já
recebeu a confirmação da presença de enviados de 11 marinhas, três delas da
América do Sul: Brasil, Peru e Uruguai. A mídia europeia trata a mostra como um secondhand ship
show (show de navios de segunda mão).
Entrada da Base Naval de La Spezia
As outras
forças navais que estarão representadas em La Spezia serão as da República da
Georgia, da Turquia, Singapura, Japão, Marrocos, Tunísia, Senegal e Nigéria.
Diversas
companhias de serviços navais, equipamentos eletrônicos e sistemas de armas –
como os grupos italianos Fincantieri e Finmeccanica – estarão, igualmente, em
La Spezia, para oferecer seus préstimos aos militares estrangeiros que
desejarem fazer consultas acerca dessa ou daquela melhoria nas embarcações
ofertadas. Empresas do Canadá, da França e da Turquia também solicitaram
permissão para montar centros de atendimento a esse público especializado.
Visitas – A 20 de abril último, durante um debate no
Parlamento italiano, a ministra da Defesa italiana, Roberta Pinotti, informou
que sua Marinha dará baixa em 54 barcos até o ano de 2025.
O oficial
designado para representar a Marinha do Brasil, contra-almirante Taveira, foi
vice-diretor de Engenharia Naval, diretor do Centro de Projetos de Navios
sediado no Rio de Janeiro, assessor do diretor de Gestão de Projetos
Estratégicos da Marinha e, mais recentemente, diretor da INB (Indústrias
Nucleares do Brasil).
Na Itália sua
comitiva estará formada, inclusive, por oficiais especializados em guerra de
minas.
Esses
militares poderão visitar e até navegar em três tipos de embarcação: as fragata
das classes Maestrale e Lupo e o caça-minas tipo Lerici. Apenas um navio de
cada categoria estará disponível para a visitação.
Ainda não há
informações precisas sobre quantos navios serão disponibilizados, e em que
prazos. Os custos de cada classe de embarcação também não foram divulgados.
A coluna
INSIDER apurou que os navios que concentram a atenção dos oficiais brasileiros
são a fragata classe Maestrale e o caça-minas tipo Lerici – que, nos anos de
2000, também despertou o interesse da Armada argentina.
“Cessão
onerosa” – De acordo com
o chefe do Centro de Comunicação da Marinha, contra-almirante Flávio Viana
Rocha, não é a primeira vez que a Marinha envia seu pessoal para vistoriar
embarcações militares italianas.
No final da
manhã desta terça-feira (26.04) Rocha falou com exclusividade à coluna INSIDER,
do Plano Brasil, sobre o assunto:
INSIDER – De quem partiu a iniciativa para a aceitação de
uma delegação brasileira no evento montado pela Marinha da Itália para exibir
os navios que estão sendo postos à venda?
Almirante Rocha – Foi a Marinha do Brasil que solicitou à Marinha
Militar Italiana a oportunidade de estar nesse evento.
INSIDER – Quais foram os meios oferecidos pelos italianos
aos brasileiros?
Almirante
Rocha – Temos
trabalhado usando como parâmetro os meios relacionados no âmbito do PROSUPER [Programa de Obtenção de Meios de Superfície].
Até que esse programa possa ser efetivamente iniciado, a MB decidiu buscar
informações sobre a disponibilidade de escoltas e navios caça-minas para cessão
onerosa por oportunidade.
INSIDER – Portanto, vamos pagar pelos navios italianos que
vierem a nos interessar…
Almirante
Rocha – Isso mesmo.
INSIDER – Há informações de que, ano passado, já houve uma
visita de oficiais brasileiros a navios italianos…
Almirante
Rocha – Na verdade,
houve mais de uma. Foram realizadas visitas oficiais e visitas técnicas a meios
navais da Marinha Militar Italiana nos anos de 2013, 2014 e 2015.
A seguir uma
breve ficha das embarcações que a Itália está disponibilizando:
Época de
comissionamento: entre março de 1982 e maio de 1985;
Deslocamento: 3.100
toneladas;
Tripulação: 24 oficiais
e 201 subalternos;
Propulsão: 2 turbinas a
gás GE/Avio LM2500 + 2 motores diesel Grandi Motori Trieste, conjunto que
aciona 2 hélices de 5 pás cada uma;
Velocidade: nominal com
as turbinas a gás da ordem de 33 nós (mas, hoje, é incerto que essa marcha
possa ser alcançada);
Armamento: 4 lançadores
duplos de mísseis anti-navio TESEO e 1 lançador óctuplo de mísseis AA Aspide; 2
reparos triplos de lançadores de torpedos aptos a operar com armas Mk.46 Mod 2,
1 canhão Otobreda de 127 mm na proa e bocas de fogo menores.
Aeronaves: Capacidade
de transportar até dois helicópteros AgustaBell 212 ASW.
Fragatas
classe Lupo:
Época de
comissionamento: entre janeiro e novembro de 1995 (apesar de terem sido
fabricadas, para a Marinha do Iraque, dez anos antes);
Deslocamento: 2.986
toneladas (a plena carga);
Tripulação: 20 oficiais
e 165 subalternos;
Propulsão: 2 turbinas a
gás GE/Fiat LM2500 + 2 motores diesel GMT A230-20;
Velocidade: nominal com
as turbinas a gás da ordem de 35 nós (mas hoje é pouco provável que essa marcha
seja alcançada);
Armamento: Mísseis
anti-navio Otomat Mk 2 e 1 lançador óctuplo Mk 29 de mísseis antiaéreos Aspide
+ 1 canhão de 127 mm na proa, armas menores e tubos lança-torpedos;
Aeronaves: 1 AgustaBell
212 ASW que opera em um convoo com 25,2m de comprimento por 11,3 m de largura.
Caça-minas
tipo Lerici:
Época de
comissionamento: 1985 a 1997
Deslocamento: 620
toneladas;
Tripulação: 4 oficiais e
36 subalternos + 7 mergulhadores;
Propulsão: 1 motor
diesel;
Velocidade: máxima de 14
nós;
Armamento: 1 canhão
Oerlikon de 20 mm para autodefesa
Demais
equipamentos: 2 veículos não-tripulados para a desarticulação de minas
navais.
Fonte:
http://www.planobrazil.com/exclusivo-marinha-decidiu-comprar-navios-usados-a-marinha-italiana-equipe-liderada-por-contra-almirante-ira-inspecionar-fragatas-e-caca-minas/
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